A estimativa da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) é de que o sistema feche seu balanço de 2015 com déficit de R$ 70 bilhões. Os dados foram apresentados numa coletiva realizada na última terça-feira (14), em São Paulo. De janeiro a novembro do ano passado, o déficit foi de R$ 64,9 bilhões.
De acordo com a entidade, o resultado de 2015 se deve a dois principais fatores: o crescimento do passivo atuarial e o desempenho dos investimentos em 2015. O presidente da Abrapp, José Ribeiro, ressalta que o crescimento do passivo atuarial é uma realidade a qual os fundos de pensão têm se adaptado. “Felizmente, vemos nos últimos anos um grande aumento da longevidade, ou seja as pessoas estão vivendo mais”. Além disso, a conjuntura econômica contribuiu fortemente para os resultados, não só em 2015, como nos últimos anos, explica.
José Ribeiro lembra que o déficit é conjuntural e não há perspectivas de que a situação seja revertida em 2016. “Vamos trabalhar para não agravar o déficit, até porque uma melhora significativa nos resultados dos fundos de pensão depende de profundas mudanças na economia brasileira. Se o mercado melhora, o setor melhor”, avaliou.
Apesar disso, o presidente da Abrapp lembra que a rentabilidade dos últimos 10 anos superou a meta atuarial. “Hoje nossa situação em comparação a outros países, ainda é confortável. O setor dos fundos de pensão no Brasil apresenta um solvência em torno de 90%, semelhante a de países como Canadá, Irlanda e maior que os Estados Unidos. Ou seja, temos dinheiro para honrar os compromissos”, explica o presidente.
Números da Abrapp mostram que os ativos dos fundos de pensão somaram R$ 732,5 bilhões em novembro de 2015, o que representa uma rentabilidade de 216% no acumulado dos últimos 10 anos, contra uma meta atuarial de 213%. O consolidado estatístico da associação também mostra que os sistema conta com 307 entidade fechadas de previdência complementar (EFPCs) e paga, em média, aposentadorias de R$ 4.134 mensais.